26 de maio de 2011

Relacionamentos


É comum do ser humano buscar relacionamentos. Os interesses são os mais variados. Podem ser políticos, sociais, sentimentais, etc. Mas uma característica em comum nos relacionamentos é que buscamos algo que possa suprir uma necessidade ou uma carência.

O dicionário Priberam, um dos mais acessados da internet, define o termo relacionamento como sendo, entre outras coisas, “estabelecer relação ou analogia entre”. Também define o termo analogia como sendo: “relação de semelhança entre objetos diferentes” e “investigação da causa das semelhanças”.

Não é de admirar que, de acordo com estas definições, busquemos manter relacionamentos com aquilo que admiramos e desejamos. É normal do ser humano se espelhar em algo, ou alguém e desejar ser como ele é.

Quando penso em relacionamentos, me lembro de um jogo para computador chamado “The Sims”. É um jogo que tem como objetivo imitar a vida de uma pessoa normal, suprindo as suas necessidades mais básicas como comida, higiene, limpeza do ambiente, trabalho, descanso e relacionamentos. Esses objetivos são medidos por barrinhas de energia que indicam as necessidades do jogador de acordo com o momento. Essa pessoa do jogo vive mais e melhor quando suas necessidades ou interesses são supridos por completo. Mas se estas expectativas não são alcançadas durante muito tempo, o jogador corre o risco de ver seu jogo se acabar, pois a pessoa no jogo morre. Game Over!

Assim como o jogo, alguns dos nossos interesses podem variar de acordo com o nível de relacionamento. Por exemplo, o relacionamento entre namorados. No começo vem a admiração, depois o desejo de estar perto, depois a paixão, depois o amor. Estes interesses de relacionamento são diferentes de pai para filho, por exemplo. Que por sua vez são diferentes entre irmãos e assim vai.

Por outro lado, assim como uma moeda, o relacionamento possui duas faces: o dar e o receber. Ao mesmo tempo em que desejamos nos relacionar e suprir as nossas necessidades, o inverso também acontece. É necessário suprirmos as necessidades de relacionamento do outro.

Um sentimento muito comum e perigoso e que muitas vezes é cultivado sem que percebamos é o egoísmo. Algumas pessoas entendem que o relacionamento possui somente um lado da moeda e seus relacionamentos existem somente para suprir as suas expectativas ou necessidades.

Outro sentimento bastante comum é a barganha. Tipo uma troca: só dou se eu receber primeiro. Isso vale pra tudo: carinho, atenção, cuidado, amor, etc. São relacionamentos instáveis, que tendem a ruir na primeira tempestade.

Diante disto, podemos começar a nos perguntar: qual o meu interesse em minhas relações familiares e com Deus? Eu tenho procurado suprir as expectativas daqueles com quem me relaciono?

Estas perguntas devem ser feitas por cada um de nós a cada dia. Assim como todos devem ter tempo para se relacionarem e suprirem a sua expectativa, também devemos estar revendo nossas atitudes em nossos relacionamentos. Assim como no jogo “The Sims”, será que temos enchido as barrinhas do nosso relacionamento de forma correta?

Mas, mudando um pouco o foco agora, você percebeu que é possível cometer estes mesmos erros em relação ao relacionamento com Deus? Percebeu que podemos barganhar ou mesmo sermos egoístas com Deus? Nossa vida de relacionamento com Deus pode estar muito boa ou pode estar um caos, dependendo de como temos tentado suprir as expectativas de Deus em relação à nossa vida.

É isso mesmo! Deus tem expectativas a respeito de cada um de nós. Ele não é egoísta nem barganha conosco, mas está muito interessado em nossos problemas, trabalho, namoro, noivado, faculdade, finanças, etc.

No filme “Desafiando Gigantes”, no vestiário, enquanto o técnico está explicando a nova filosofia do time em relação à Deus, um dos rapazes pergunta: “Deus está interessado em football?” E o técnico responde de uma forma curiosa: “Se football preenche seus pensamentos e você pode honrá-lo enquanto joga, Deus está interessado em football, sim”.

Nosso Deus é um Deus pessoal, que busca relacionamentos. Todos nós sabemos decorado o texto de João 4.23 – “No entanto, está chegando a hora, e de fato já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. São estes os adoradores que o Pai procura.”

Uma vida de relacionamentos é baseada na confiança. Assim como o casal de namorados que vai depositando a confiança ma fidelidade um do outro. Como um filho que confia nas palavras do seu pai. E como um irmão que não vai trair a confiança no outro. Da mesma forma deve ser o relacionamento com Deus.

Quero chamar a sua atenção para um detalhe curioso. Talvez você possa dizer que Deus não tem falado com você apesar de sua vontade que isso aconteça. Mas, será que você tem o desejo de realizar a vontade de Deus ou somente o desejo de saber qual é esta vontade? Lembre-se que Deus não se revela aos curiosos. O curioso não quer obedecer a vontade de Deus. Ele somente quer saber. É diferente daquele que é obediente. Este que saber para realizar a vontade de seu Pai.

(Dê um coração a alguém que você ama)

Que possamos entender que ganha muito mais aquele que divide
Que possamos entender que os nossos relacionamentos nos tornam pessoas importantes para aqueles com quem nos relacionamos
Que possamos entender que Deus tem muito mais pra nos dar e ensinar quando desejamos estar com ele para suprir as Suas expectativas em nossas vidas

Até que venha Aquele que é perfeito e nos guarde em seu Reino

Pr. Sérgio Inojoza

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